Os ativistas Malala Youzefzai (Paquistão) e IKailashSatyarthi (Índia), foram os laureados com o Prêmio Nobel da paz, por sua
luta pela educação. A paquistanesa já
havia sido nomeada para o prêmio em 2013, quando este foi concedido à
Organização para a Proibição de Armas Químicas – OPAQ. Na ocasião, reiterou
que seu objetivo não era “conseguir o
Nobel da Paz, mas conseguir paz, e ver a
educação de todas as crianças.” Aos 17 anos, Malala é a pessoa mais jovem na
história a receber um prêmio Nobel.
Sua luta pela educação começou aos 11 anos, quando
os talibãs dominaram o Vale de Swat, no Paquistão, e ganhou notoriedade global
com a tentativa de assassinato sofrida em 2012.
A constituição paquistanesa determina educação gratuita e obrigatória para todas as crianças dos 5 aos 16 anos, mas isso nem sempre ocorre no Paquistão, devido aos costumes locais extremamente conservadores, que impõem dificuldades, principalmente às meninas, ao acesso à educação. Ao solicitar a proteção do exército para garantir o funcionamento de sua escola, o pai de Malala desafiou o regime local. Quando ela escreveu à BBC criticando as restrições impostas pelo regime talibã, tornou-se um alvo.
A constituição paquistanesa determina educação gratuita e obrigatória para todas as crianças dos 5 aos 16 anos, mas isso nem sempre ocorre no Paquistão, devido aos costumes locais extremamente conservadores, que impõem dificuldades, principalmente às meninas, ao acesso à educação. Ao solicitar a proteção do exército para garantir o funcionamento de sua escola, o pai de Malala desafiou o regime local. Quando ela escreveu à BBC criticando as restrições impostas pelo regime talibã, tornou-se um alvo.
Os talibãs opõem-se fortemente contra a educação
secular e qualquer influência da cultura ocidental, e somente admitem a
educação formal nas escolas religiosas islâmicas, as madrassas, e ainda assim com muitas restrições à educação feminina.
Acusam Malala e sua família de manchar a imagem do grupo e da cultura islâmica,
fazendo “propaganda” da cultura ocidental.
madrassa feminina
Em um comovente discurso na ONU em 2013,
Malala negou nutrir qualquer desejo de vingança contra os talibã, e disse
que luta pela educação de todas as crianças, inclusive os filhos dos
extremistas. Reafirmou suas raízes islâmicas e enfatizou que as atitudes dos extremistas
não refletem o verdadeiro Islã, mas se utilizam do islamismo para criar um
regime em benefício próprio.
A tática do
talibã para provar seu ponto de vista continua sendo o terror. Centenas de escolas
foram atacadas nos últimos anos, algumas transformadas em esconderijo para grupos
terroristas, o que levou o governo a destruir os prédios, debilitando ainda
mais a situação da educação no noroeste do país.
Atiya Arshad foi baleada quando estava na fila para receber uma premiação acadêmica, em um atentado que matou o diretor da escola e uma menina de 11 anos, em Karachi.
Atiy
Aitzaz Hassan, 15 anos, morreu ao impedir um atentado suicida a sua escola, na província de Khyber Pakhtunkhwa
Malala afirma que os terroristas “temem os livros, temem
as mulheres e suas vozes”, que a “principal arma contra o terrorismo é a
educação”. De fato um dos principais alvos dos fundamentalistas é a educação
feminina, combatida fortemente também pelo Estado Islâmico, ao qual os talibãs
paquistaneses declararam recentemente seu apoio, e pelo Grupo Boko Haram, cujo
nome significa “educação ocidental é pecaminosa”, ambos grupos que têm como
práticas o ataque a escolas e sequestro de jovens para serem desposadas à
força ou vendidas como escravas.
Apesar
de não ser unanimidade no Paquistão, por conta do domínio talibã,
principalmente nas regiões rurais, a influência da coragem de Malala e sua
família faz-se notar no aumento substancial de matrículas, e no engajamento de
pais e professores na luta pelo acesso à educação. As escolas seguem sendo
reconstruídas após ataques, e cresce a compreensão da importância da educação
não somente para o preparo profissional, mas para o desenvolvimento humano.
Há dois anos vivendo na Inglaterra, Malala convoca as mulheres a "lutarem por si mesmas" e declarou que sonha um tornar-se primeira-ministra no Paquistão, mas ressalta que sua luta não é somente pela educação feminina, ou pelas crianças paquistanesas, mas pelo direito à educação para todos, como única solução para deter a violência. Em suas palavras: " Uma criança, um professor, um livro e uma caneta, podem mudar o mundo."
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