quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Leis sexistas ao redor do mundo.

Algumas das leis mais bizarras que refletem a discriminação de gênero e a regulação das práticas sexuais pelo Estado. Algumas leis são antigas, e não são mais aplicadas de fato, mas ainda constarem na legislação demonstra o quanto é presente o controle sobre os corpos.

Cidade do Vaticano:  Neste singular Estado católico dominado por homens, o divórcio é proibido, e mulheres não podem votar.
França:  É proibido beijar alguém no metrô. (Uma coisa leva outra...)
Suécia: A prostituição não é ilegal, usar o serviço de prostituição é. (O que  Mises diria disto?)
Colômbia, Cali: A primeira vez que a mulher tiver relações com seu marido, a mãe dela deve estar no quarto para testemunhar o ato. (É que ela se comporta melhor quando a senhora tá olhando.)
Bolívia, Santa Cruz: É ilegal para um homem ter relações com uma mulher e sua filha ao mesmo tempo. (Tá achando que é bagunça?)
Os homens não podem cuspir diante das mulheres. (Elegância)

Inglaterra: A lei autoriza às vendedoras a fazer topless em Liverpool, mas somente em lojas de peixes tropicais. (Para dar um ar tropical, sabe?)
EUA, Nova York:    Aqui mulheres poderão praticar o topless em público desde que não seja com fins lucrativos. (Just for fun).
 Na verdade, a terra da liberdade e lar dos valentes tem muitas pérolas na sua legislação:

Kentucky: Nenhuma mulher dever aparecer em traje de banho em nenhum aeroporto deste Estado a não ser que seja escoltada por dois policiais ou esteja armada com um cacetete. As disposições deste decreto não serão aplicadas a mulheres que pesem menos de 90 libras (aprox. 40kg.) ou mais de 200 libras (aprox. 90 kg.), nem serão aplicadas a éguas.

Carolina do Norte: A única posição permitida é o papai-e-mamãe e com as cortinas fechadas.
Se um homem e uma mulher que não são casados se registram num hotel como casal, segundo as leis do estado, passam oficialmente a estarem casados a partir desse momento.
É ilegal praticar sexo no pátio da igreja.
O sexo oral é considerado um crime contra a natureza.
(Ainda bem que tem a Carolina do Sul)

Corning, Iowa: É considerado um delito que um homem peça a uma mulher que entre em seu carro.

Menphis, Tennesee: É ilegal que uma mulher dirija um carro a não ser que tenha um homem correndo à frente dela agitando uma bandeira vermelha para avisar aos motoristas e transeuntes que se aproximam.

Pocataligo, Georgia: É delito que uma mulher de mas de 200 libras (aprox. 90 kg.) de short curto viaje ou pilote um avião.

Maryland: Os preservativos podem ser vendidos em máquinas somente em lugares onde são vendidas bebidas alcoólicas para consumo no local.

Oregon: É ilegal susurrar besteiras ao amante durante o ato.

Ohio: As mulheres não podem usar sapatos de couro que permitam aos homens ver as suas roupas íntimas através do reflexo.

Arkansas: É legal para um homem bater em sua esposa, mas apenas uma vez por mês.

Michigan: Mulheres  não podem cortar o cabelo sem a permissão de seu marido.

Dyersburg, Tenesse: É ilegal para uma mulher telefonar para um homem convidando para um encontro. 
Vermont: Mulheres devem ter permissão de seus maridos para usar dentes falsos.
Oklahoma: Mulheres devem ser licenciadas para fazer o seu próprio cabelo. (Provavelmente é alguma restrição ao uso de produtos químicos, mas a lei só se refere às mulheres)

No Oriente, estas leis tratam de assuntos mais abrangentes, e se apresentam bem menos pitorescas:

Líbano: Os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, sempre que forem fêmeas. Ter relações sexuais com machos pode ser castigado com a morte.

Indonésia: A pena para a masturbação na Indonésia é a decapitação.

China, Hong Kong: Uma mulher enganada pode legalmente matar seu marido adúltero, mas deve fazê-lo só com suas mãos. Em contrapartida, a mulher adúltera pode ser morta de qualquer maneira por seu marido.

Cingapura: É proibido que homossexuais vivam no país.
O sexo oral é proibido a não ser que realize-se como entretenimento.
A pornografia é também proibida.

Bahrein: Um médico pode legalmente examinar os genitais femininos, mas está proibido de olhá-los diretamente durante o exame. Só pode fazê-lo mediante o uso de um espelho.

Arábia Saudita: É proibida a emissão de carteiras de motorista para população feminina do país.  As mulheres ainda não têm o direito de votar neste país do Oriente Médio.

Filipinas: O divórcio é ilegal. 

Turquia: É proibido para as mulheres para realizar um trabalho sem a permissão de seu marido.  Em caso de divórcio, as mulheres não têm direitos sobre os bens adquiridos em conjunto pelo casal.

Índia: Em algumas regiões é permitido ao marido oferecer a esposa como garantia de quitação de uma dívida. 6. Iêmen tem sido repetidamente chamado o pior país para as mulheres de no mundo. E não é de admirar, quando as mulheres no Iêmen não pode sair de casa sem a permissão de seu marido?

Suazilândia: As mulheres são proibidas de usar calças.

Afeganistão: Parentes de homens acusados de agressão doméstica estão proibidos de depor contra eles.

Guatemala:  As idades mínimas para o casamento diferem de menino para menina, as meninas podem se casar aos 14, e os meninos aos 16.

Guam: É proibido que as virgens se casem. Há homens em Guam cujo único emprego, bem pago, é viajar pelo país para deflorar virgens.

Essa merece uma explicação. Apesar de parecer terrível ter sua primeira vez com um estranho, isso remete aos costumes tribais antigos onde, o sexo entre os jovens antes do casamento não somente era permitido, mas incentivado. Acreditava-se que a prática levaria a uma vida sexual plena durante o casamento, e consequentemente à felicidade deste. No caminho contrário aos nossos costumes ocidentais, o sexo no casamento jamais deveria ser desconfortável ou sacrificante. Por isso o costume de deflorar a moça antes da cerimônia, caso ainda fosse virgem, para que não se traumatizasse. Se na tribo não houvesse um responsável por este “trabalho”, este deveria ser feito por alguém da família. Ainda segundo os costumes tribais, as moças solteiras poderiam escolher rapazes para passar a noite, mas não era permitido escolher o mesmo rapaz por três vezes seguidas, para evitar que ambos criassem vínculos antes do casamento e deixassem de lado outras opções de parceiros. As moças faziam uma oração pedindo à sua deusa para não ter filhos antes do casamento. Curiosamente, raramente uma solteira ficava grávida.

E, finalmente, no Brasil, uma mulher precisa apresentar um termo de consentimento do marido para realizar uma cirurgia de esterilização. Se ela for solteira, o médico não pode realizar a cirurgia, pois não há quem a “autorize”.

É ilegal realizar uma interrupção de gravidez a qualquer termo, em si mesma ou em outrem, mesmo por solicitação da gestante, e independente de sua maioridade. Em casos de alto risco de vida para a mãe, má-formação fetal sem condição de vida extra-uterina e em casos de gravidez resultante de estupro, pode-se conseguir autorização judicial se estas razões estiverem extensamente comprovadas.

É legal praticar sexo consentido com adolescentes a partir de 14 anos. Se um menor de idade engravidar uma mulher, os pais deste menor podem ser responsabilizados pelo pagamento de pensão alimentícia do neto. Se uma mulher tiver relações com um menor de 14 anos, será responsabilizada por estupro de vulnerável, mas interromper uma gravidez resultante desta relação continua sendo ilegal, e os pais da vítima ainda podem ser obrigados a pagar pensão alimentícia.

Se um homem adulto engravidar uma adolescente a partir de 14 anos, não será criminalizado por isto, devendo reconhecer a paternidade e pagar pensão alimentícia. Somente se a adolescente for menor de 14, é considerado estupro de vulnerável e poderá conseguir uma autorização legal para a interrupção da gravidez.


Esperamos que a legislação evolua e estas todas as bizarras leis sexistas ao redor do mundo desapareçam, mas em muitos lugares, onde a legislação não acompanha a evolução da sociedade e até aparentemente opõem-se a ela, esperar não é o bastante. 

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

CURSO DE EXTENSÃO Desafios Atuais na Área dos Direitos Humanos: Gênero e Sexualidades


A Escola Superior de Teologia está com inscrições abertas para o curso de extensão: Desafios Atuais na Área dos Direitos Humanos: Gênero e Sexualidades.
O objetivo principal é oferecer formação para agentes públicos na área de Direitos Humanos, com ênfase em questões de gênero e sexualidade, buscando qualificar a atuação das políticas públicas. As inscrições estão abertas para interessados na temática, com um total de 40 vagas e condicionado a um número mínimo de 20 inscritos para a realização do curso.

PROGRAMAÇÃO
22/11 (sábado) das 8h às 12h30min - Encontro 1 – Tema: Gênero e sexualidade – Conceitos e aplicações no cotidiano da atuação profissional.
22/11 (sábado) das 13h às 17h30 -  Encontro 2 – Tema: Novos arranjos familiares – Desafios para as políticas públicas.
29/11 (sábado) das 8h às 12h30  - Encontro 3 – Tema: Violência e abuso sexual – 
O que é como identificar e como prevenir.
29/11 (sábado) das 13h às 17h30min - Encontro 4 – Tema: Gestão de conflitos – Pensando as relações de gênero a partir de uma cultura da paz.

DATA LIMITE PARA INSCRIÇÃO: 12 de Novembro de 2014
DATA LIMITE PARA PAGAMENTO DA INSCRIÇÃO: 13 de Novembro de 2014
VALOR DA INSCRIÇÃO: 
R$ 137,00
CARGA HORÁRIA DO CURSO: 20h

INSCRIÇÕES AQUI.



O QUE: Curso de extensão: Desafios Atuais na Área dos Direitos Humanos: Gênero e Sexualidades.
QUANDO:  22 e 29 de Novembro de 2014
ONDE: Faculdades EST, Rua Amadeo Rossi, 467, Morro do Espelho, São Leopoldo, Telefone: 2111-1400.
COORDENADOR/A GERAL DO PROJETO
André S. Musskopf – tel: 21111481, cel: 96369897; e-mail: asmusskopf@hotmail.com






sábado, 25 de outubro de 2014

SEMINÁRIO ESTUDOS FEMINISTAS E RELIGIÃO - UNIVERSIDADE METODISTA DE SP



O Grupo de Estudos de Gênero e Religião Mandrágora-NETMAL, da Universidade Metodista de São Paulo, realiza na próxima quarta-feira (5/11) o  Simpósio Estudos Feministas e Religião: tendências e debates é um evento comemorativo dos 25 anos do Grupo de Estudos de Gênero e Religião Mandrágora/NETMAL e dos 20 anos da Revista Mandrágora.
Atuante desde 1989, o  Mandrágora-NETMAL propõe um espaço de reflexão acadêmica, interdisciplinar e estimular no contexto latino-americano o debate sobre gênero e religião como elemento fundamental no processo de desconstrução das desigualdades sociais.
Inscreva-se aqui.

PROGRAMA
05 de novembro de 2014.

Primeira parte:

Das 16h00 às 16h30: Abertura e apresentação artística;
Das 16h30 às 17h00: Apresentação do histórico do Grupo de Pesquisa Mandrágora / NETMAL - Profa. Haidi Jarshel;
Das 17h00 às 18h30: Mesa Redonda: Mandrágora/Netmal: Pesquisas Recentes. Profa. Nilza Menezes, Profa. Fernanda Lemos, Profa. Maryuri Mora e Prof. Emerson Costa. Mediação: Profa. Priscila Kikuchi;
Segunda parte:
Das 18h30 às 19h30: Coquetel e lançamento do livro. Apresentação: Profa. Naira Pinheiro;

            Das 19h30 às 21h30: Mesa Redonda - Estudos Feministas e Religião: tendências e debates. Profa. Maria José Fontelas Rosado Nunes, Profa. Lieve Troch e Profa. Sandra Duarte de Souza. Moderadora: Profa. Naira Pinheiro;

O QUE: Simpósio e Lançamento do Livro Estudos Feministas e Religião: Tendências e Debates
QUANDO: 5 de Novembro de 2014
ONDE: Edifico Gama - Salão de Leitura - Universidade Metodista de São Paulo

Edifício Gama - Salão de Leitura. Rua Alfeu Tavares, 149 - Rudge Ramos - SBC.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

I ENGÊNERO-ES ÚLTIMO DIA PARA INSCRIÇÕES

           

Hoje 24/10 é o último dia para inscrever-se no I ENGÊNERO – ES que ocorrerá na Universidade Federal do Espírito Santo nos dias 19 e 20 de novembro.
O objetivo do I ENGÊNERO é criar um novo espaço de troca de experiências e diálogo entre investigadoras/es acadêmicas/os capixabas e as/os membros do GTGênero Nacional, e pretende reunir trabalhos que tratem, sob a perspectiva de gênero, questões que abordam o campo dos estudos feministas e estudos sobre a masculinidade. Pretende-se, assim, possibilitar uma formação mais qualificada na área, e produzir conhecimentos que possam resultar em material bibliográfico a ser publicado em livros e periódicos sobre o tema.
As comunicações realizadas durante o Encontro Nacional do GTGênero/Anpuh (ENGÊNERO-ES) serão divididas em três eixos temáticos: Gênero, Família e Trabalho; Gênero, História e Educação; Gênero e Violência.
As inscrições serão feitas por e-mail. Os candidatos devem preencher a ficha de inscrição disponível aqui e encaminhar o documento junto ao comprovante de depósito do valor da inscrição para o endereço ufes.leg@gmail.com, com o assunto do e-mail “INSCRIÇÃO” entre os dias 1 de setembro e 10 de outubro. Tanto as normas para a redação do texto para publicação, como os valores da inscrição para cada modalidade de participação, estão listados na ficha de inscrição.
Dados bancários para deposito do valor referente a inscrição:
BANCO DO BRASIL, Agência: 3193-3, Conta Corrente: 27108-X
TITULAR: Mirela Marin Morgante
Comunicadores de trabalhos poderão enviar o trabalho completo até 15 de dezembro.

Maiores informações http://legpv.ufes.br/

O que: I ENGENERO – ES Encontro Nacional do GT GÊNERO/ANPUH
Quando: 19 e 20 de Novembro de 2014

Onde: UFES Campus Goiabeiras – Rua Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória, ES

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Seminário "Gêneros e sexualidades em fluxo": interfaces científicas, pesquisa e insubordinações



Estão abertas até 30 de Outubro as inscrições para ouvintes no Seminário "Gêneros e sexualidades em fluxo": interfaces científicas, pesquisa e insubordinações.  

O evento é promovido pela Coordenação de Ciências Humanas e Sociais do Instituto Federal do Sergipe, e a Universidade Federal do Sergipe, através do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e do Departamento de Educação do Campus Itabaiana.

Contará com conferências, mesas redondas, sessões de comunicações na UFS e oficinas no IFS, trazendo uma proposta de caráter interdisciplinar com o objetivo de congregar, articular e desenvolver reflexões e análises sobre essas temáticas no Norte e Nordeste brasileiro e conferir maior visibilidade em relação à produção acadêmica regional em conexão com os saberes nacionais.

Serão abordados os temas de Gênero e Sexualidade relacionados com Movimentos Sociais, Políticas Públicas, Direitos Humanos, Educação, Arte e Saúde.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 30 de outubro através do site.

O quê: Seminário "Gêneros e sexualidades em fluxo": interfaces científicas, pesquisa e insubordinações.  
Quando:  12, 13 1 4 de novembro de 2014


Local: Instituto Federal do Sergipe (PRONATEC)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Seminário Nacional Mulher e Cultura


Mulheres de todos os estados brasileiros se inscreveram no Seminário Nacional Mulher e Cultura (SNMC), que acontece em Salvador de 28 a 31 de outubro. Com mais de mil inscrições, o evento vai receber agentes de todo o Brasil para debaterem ações e os espaços de visibilidade da mulher na Cultura, uma iniciativa da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado em parceria com o Ministério da Cultura (MinC) e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O seminário não poderia ser mais democrático. Além da gratuidade das inscrições, a produção do evento garantiu o alcance nacional do mesmo, custeando o transporte e hospedagem de 160 participantes selecionadas.
O Seminário será aberto no dia 28 de outubro (terça-feira), no Quadrilátero da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris), a partir das 19h e também será transmitido online.  As pessoas que não efetuaram as inscrições poderão assistir as palestras e participar do debate enviando perguntas à mesa (sujeito a lotação das salas). Todas as mesas de debate serão transmitidas no auditório Katia Mattoso, na Biblioteca Pública do Estado (3º andar) e na sala de audiovisual Luis Orlando. Somente previamente inscritxs terão direito ao certificado.

Além das mesas de Debate e Rodas de Diálogo, o Seminário Nacional Mulher e Cultura contará também com apresentações culturais femininas – música, teatro, recitais -, espaços de leitura, com a Biblioteca Móvel, ao longo da programação, que será encerrada com show na Praça Tereza Batista – Pelourinho. Paralela às atividades, acontecerá também, nos dias 28 e 29, a Mostra de Filmes “Mulheres, Cultura e Contemporaneidade”, na Sala Walter da Silveira, gratuitamente.



O que: Seminário Nacional Mulher e Cultura – SNMC
Quando: 28 a 31 de outubro de 2014
Onde: Complexo Cultural dos Barris
Gratuito

 CONFIRA A PROGRAMAÇÃO AQUI.


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nobel da Paz: Malala Yousafzai

Os ativistas Malala Youzefzai (Paquistão) e IKailashSatyarthi (Índia), foram os laureados com o Prêmio Nobel da paz, por sua luta pela educação.  A paquistanesa já havia sido nomeada para o prêmio em 2013, quando este foi concedido à Organização para a Proibição de Armas Químicas – OPAQ. Na ocasião, reiterou que  seu objetivo não era “conseguir o Nobel da Paz,  mas conseguir paz, e ver a educação de todas as crianças.” Aos 17 anos, Malala é a pessoa mais jovem na história a receber um prêmio Nobel.
Sua luta pela educação começou aos 11 anos, quando os talibãs dominaram o Vale de Swat, no Paquistão, e ganhou notoriedade global com a tentativa de assassinato sofrida em 2012. 
A constituição paquistanesa determina educação gratuita e obrigatória para todas as crianças dos 5 aos 16 anos, mas isso nem sempre ocorre no Paquistão, devido aos costumes locais extremamente conservadores, que impõem dificuldades, principalmente às meninas, ao acesso à educação. Ao solicitar a proteção do exército para garantir o funcionamento de sua escola, o pai de Malala desafiou o regime local. Quando ela escreveu à BBC criticando as restrições impostas pelo regime talibã, tornou-se um alvo.
Os talibãs opõem-se fortemente contra a educação secular e qualquer influência da cultura ocidental, e somente admitem a educação formal nas escolas religiosas islâmicas, as madrassas, e ainda assim com muitas restrições à educação feminina. Acusam Malala e sua família de manchar a imagem do grupo e da cultura islâmica, fazendo “propaganda” da cultura ocidental. 
madrassa feminina

Em um comovente discurso na ONU em 2013, Malala negou nutrir qualquer desejo de vingança contra os talibã, e disse que luta pela educação de todas as crianças, inclusive os filhos dos extremistas. Reafirmou suas raízes islâmicas e enfatizou que as atitudes dos extremistas não refletem o verdadeiro Islã, mas se utilizam do islamismo para criar um regime em benefício próprio.  


A tática do talibã para provar seu ponto de vista continua sendo o terror. Centenas de escolas foram atacadas nos últimos anos, algumas transformadas em esconderijo para grupos terroristas, o que levou o governo a destruir os prédios, debilitando ainda mais a situação da educação no noroeste do país. 
Atiya Arshad foi baleada quando estava na fila para receber uma premiação acadêmica, em um atentado que matou o diretor da escola e uma menina de 11 anos, em Karachi.
Atiy
Aitzaz Hassan, 15 anos, morreu ao impedir um atentado suicida a sua escola, na província de Khyber Pakhtunkhwa 


Malala afirma que os terroristas “temem os livros, temem as mulheres e suas vozes”, que a “principal arma contra o terrorismo é a educação”. De fato um dos principais alvos dos fundamentalistas é a educação feminina, combatida fortemente também pelo Estado Islâmico, ao qual os talibãs paquistaneses declararam recentemente seu apoio, e pelo Grupo Boko Haram, cujo nome significa “educação ocidental é pecaminosa”, ambos grupos que têm como práticas o ataque a escolas e sequestro de jovens para serem desposadas à força ou vendidas como escravas. 
Apesar de não ser unanimidade no Paquistão, por conta do domínio talibã, principalmente nas regiões rurais, a influência da coragem de Malala e sua família faz-se notar no aumento substancial de matrículas, e no engajamento de pais e professores na luta pelo acesso à educação. As escolas seguem sendo reconstruídas após ataques, e cresce a compreensão da importância da educação não somente para o preparo profissional, mas para o desenvolvimento humano.
Há dois anos vivendo na Inglaterra, Malala convoca as mulheres a "lutarem por si mesmas" e declarou que sonha um tornar-se primeira-ministra no Paquistão, mas ressalta que sua luta não é somente pela educação feminina, ou pelas crianças paquistanesas, mas pelo direito à educação para todos, como única solução para deter a violência. Em suas palavras: " Uma criança, um professor, um livro e uma caneta, podem mudar o mundo."



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Seminário Internacional 20 Anos do PAGU



Entre os dias 9 e 11 de setembro, o Auditório do Instituto de Artes da Unicamp abrigou o Seminário Internacional Repensando Gêneros e Feminismos, que marcou a comemoração dos 20 anos do Núcleo de Estudos de Gênero – PAGU.
Entre os temas debatidos estiveram os conceitos e relações de gênero nos estudos feministas, na economia, no âmbito científico e tecnológico, nas mídias contemporâneas e no mundo do trabalho. As mesas redondas contaram com representantes de diversas instituições do Brasil, além de pesquisadorxs da Argentina, EUA, Portugal, Espanha, Alemanha, França e Dinamarca.
AdrianaPiscitelli, coordenadora associada do núcleo de pesquisa e detentora de um currículo notável, destacou a qualidade dos trabalhos das discussões que “Demonstram que estamos produzindo conhecimento na América do Sul, um conhecimento valioso que pode e deve dialogar em estatuto de igualdade com os trabalhos produzidos nas outras regiões do mundo.  As mesas redondas deste seminário e as questões discutidas nestas mesas redondas refletem o espírito que tem permeado o PAGU ao longo de todos estes anos. A produção do PAGU mostra um pensamento inovador, que se expressa na incorporação de novas problemáticas de pesquisa, de novas perguntas e deslocamento nos marcos de análises. Isto está associado a um espírito feminista crítico e situado, que é político, e tem levado pesquisadoras e pesquisadores a terem estreitas relações com movimentos sociais e realizarem esforços para interagir com diversas instâncias governamentais e tentar ter impacto com as políticas que se formulam no Brasil. Ouvimos percepções críticas sobre o não acolhimento por parte do Estado, no Brasil, de demandas históricas e centrais para o feminismo, como o direito ao aborto, e ao mesmo tempo, questionamentos críticos dos feminismos que excluem as vozes de mulheres marginalizadas. No PAGU, o feminismo acolhe estas vozes e tenta articulá-las.”
O coletivo Socializando Saberes transmitiu o evento online e os vídeos das sessões podem ser assistidos no portal Cameraweb.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

II Seminário Internacional Desfazendo Gênero


O CUS, grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade, divulgou as primeiras informações sobre o II Seminário Internacional Desfazendo Gênero. O evento, a ser realizado na Universidade Federal da Bahia nos dias 5, 6 e 7 de setembro de 2015, contará com uma conferência de abertura de Judith Butler, uma das mais importantes teóricas dos estudos queer e uma das filósofas mais influentes da atualidade.


“Será a primeira vez que Butler fará uma conferência no Brasil e estamos muito felizes por ela ter aceito o nosso convite para vir ao nosso evento, que leva o nome de um dos livros mais importantes dela, que ainda não foi traduzido em nosso país”, disse Leandro Colling, coordenador do CUS e integrante da comissão organizadora do seminário.

O Seminário Internacional Desfazendo Gênero foi criado em 2013 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo núcleo Tirésias, que na época era coordenado pela professora Berenice Bento. A proposta foi a de criar um espaço específico para os estudos e ativismos queer no país. “Na primeira edição, em Natal, o CUS se responsabilizou a realizar a segunda edição em Salvador. Agora estamos fazendo parcerias com várias instituições e grupos da Bahia para realizar um grande evento aqui na UFBA”, explicou Colling. A primeira reunião para construir as parcerias foi realizada na tarde do dia 22 de setembro, com a presença de 12 pessoas, representando programas de pós-graduação da UFBA (Poscultura, EISU, PPGNEIM, Poscom), UNEB (Pos-crítica), UFRB e Comissão Especial de Diversidade Sexual da OAB.

Junto com o II Seminário Internacional Desfazendo Gênero Deverá ocorrer uma mostra artística, que será coordenada pelo professor Djalma Thürler, que também coordena o CUS. “A ideia é evidenciar que a arte é e pode ser uma poderosa ferramenta para o respeito às diferenças. E artistas serão também palestrantes no evento, discutindo a sua produção e mantendo diálogos com pessoas que fazem o mesmo em outros lugares”, destaca Thürler.


Em breve será anunciado o tema do evento, o calendário completo e toda a sua programação.