terça-feira, 29 de outubro de 2013

Participe do curso: O gênero como uma questão de direito


inscrições
Centro Universitário Maria Antonia
3° andar – sala de cursos
segunda a sexta, 10 às 18h

descontos
20% para estudantes e professores
40% para terceira idade
30% para Associação de Amigos do Maria Antonia

informações
11 3123 5213/5214
cursosma@usp.br

A professora Marcela Barroso respondeu algumas perguntas ao Guia de Cultura da USP sobre o curso, confira a seguir:

Qual o objetivo do curso?

O objetivo do curso é traçar um panorama da situação dos direitos humanos das mulheres no Brasil, partiremos do geral para o específico, assim, iniciaremos o curso falando alguns conceitos como o de gênero, um pouco sobre a internacionalização dos direitos humanos e os tratados que preveem especificamente normas protetoras dos direitos das mulheres, como por exemplo, o tratado de Viena de 1993 e por fim será enfocada a proteção às mulheres existente na Constituição Federal.
A seguir traremos temas específicos que estão sendo discutidos agora no Brasil envolvendo gênero e direitos humanos.

Em termos de estrutura, os encontros apresentarão – em conjunto – um panorama da proteção aos direitos humanos das mulheres no Brasil e promoverão a discussão de questões que se destacam atualmente? Quais são essas questões?

Exatamente isto, Patrícia, as questões específicas que levantaremos foram escolhidas entre muitas outras relevantes devido ao destaque que tem tido atualmente. As três questões selecionadas são a problemática dos direitos sexuais e reprodutivas, a proteção contra a violência doméstica e a participação das mulheres na política.
Destacamo-nas dentre outras questões igualmente atuais por alguns motivos. A primeira aula específica, sobre direitos sexuais e reprodutivos, foi escolhida em função de existir uma ação sobre aborto em tramite no STF, inclusive bastante próxima de julgamento, e também algumas ações versando sobre a distribuição da pílula do dia seguinte em algumas cortes do país.
O segundo tema escolhido foi a violência contra a mulher, pois o caso Maria da Penha de repercussão internacional acarretou avanços no direito envolvendo esta questão e a partir disso, muitos questionamentos jurídicos-sociológicos foram suscitados, a exemplo da recente decisão sobre sua constitucionalidade.
Por fim, “mulheres na política” vêm do fato óbvio de que há uma mulher na presidência da república, mas não apenas isso. A discussão enfocará dois vieses, um de dentro para fora e outro de fora para dentro. Desta forma pensando em como as mulheres influenciam as decisões não sendo parte na política decisória do país, até mesmo estando fora do próprio país e por outro lado pensando em como e se elas alcançam altos cargos nos três poderes e que reflexos tem isto.

Segundo o release, o curso traz por meio desse panorama e dessas discussões uma reflexão a respeito da diferença entre sexo e gênero, certo? Qual é essa reflexão?

Perfeito, o ponto inicial do curso é este. Gênero é relativo à construção social do sexo. É produto de diversas tecnologias sociais, discursos, práticas da vida cotidiana… O Direito por sua vez é o regramento da vida social. Neste aspecto, procuro pensar os direitos humanos a partir de uma perspectiva social marcada por gênero.

A senhora ministrará dois dos quatros dias de curso. Gostaria de saber o que a senhora pretende falar, basicamente, em cada um dos dias.

Eu ministrarei a aula sobre direitos sexuais e reprodutivos e a aula sobre mulheres na política. Na primeira vou tratar um pouco sobre mulher e sexualidade, adentrando depois em planejamento familiar. Analisarei então marcos específicos como o advento do anticoncepcional, a pílula do dia seguinte, o aborto e recentemente o aborto de feto com anencefalia.
Na segunda serão tratadas a participação da mulher nos três poderes da república, de 1988 para cá e a influencia de mulheres na política mundial.

Recentemente instaurou-se uma polêmica devido a um comercial da marca de lingerie Hope. A senhora ficou sabendo? O que a senhora achou do comercial e dessa polêmica?

Fiquei sabendo sobre a polêmica. A secretaria de políticas para as mulheres pediu que a propaganda fosse retirada do ar. Esta, como muitas outras campanhas veiculadas na televisão brasileira, objetiza a mulher. Embora tenha sido veiculada com toque humorístico, este é um meio de propagação da cultura e neste caso reforça a ideia de que o corpo feminino deve ser usado como um meio, e não como um fim em si mesmo como pressuposto da dignidade humana. Além disso, realça a questão da mulher como dependente do homem, remonta à época em que a mulher casada era relativamente incapaz. Mais que situações cotidianas entre os casais, o comercial marca o estereótipo da mulher enquanto objeto sexual.

A senhora acha necessária a regulamentação de propagandas que não condizem com o projeto de emancipação da mulher que vem acontecendo?

Particularmente sou contrária à censura. Atravessamos no Brasil um período negro para os direitos humanos imbuído de censura. Hoje vivemos numa sociedade livre de opinião. É a educação para os direitos humanos e a mudança no pensamento dos brasileiros sobre a mulher que coibirá este tipo de coisa. Se as lingeries não venderem não será feito comercial. Como foi vastamente noticiado na imprensa o número de interessados em franquias hope e a venda das peças dessa marca subiram exponencialmente após a veiculação da propaganda, isto é um reflexo da sociedade nas comunicações.

De um modo geral, no que diz respeito a participação feminina, existem mais avanços ou retrocessos?

Sob o ponto de vista jurídico, a afirmação histórica dos direitos humanos, e aí inseridos os direitos humanos das mulheres, comporta sempre avanços e retrocessos. De modo geral acho que a situação das mulheres sofreu um processo acumulativo de direitos muito relevante nos últimos tempos e estamos muito mais perto hoje da igualdade de gênero que há relativamente poucos anos. Basta pensarmos que apenas em 1962, com o “Estatuto da Mulher Casada” a mulher casada deixou de ser considerada relativamente incapaz, isto significa que em menos de 50 anos a mulher saiu desta situação para a conjuntura de temos uma mulher na presidência da república.

Em termos jurídicos, qual foi a mais importante vitória recente da mulher brasileira?

Posso citar diversos marcos jurídicos recentes como vitória da mulher brasileira. A declaração de direitos humanos de 1948, que previu a igualdade independente de sexo, a Declaração de Viena de 1993 que utiliza pela primeira vez a expressão “direitos humanos das mulheres”, o Estatuto da Mulher Casada de 1962 que trouxe inúmeros direitos à mulher, a lei do divórcio de 1968, a constituição de 1988 prevendo novamente a igualdade entre homem e mulher. Na ultima década posso citar a Lei Maria da Penha de 2006, que criou mecanismos para coibir a violência contra a mulher.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Congresso ABEH 2014 - Inscrição de Simpósios Temáticos


Chamada aos/às proponentes de Simpósios Temáticos no VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO DA ABEH – Práticas, pedagogias e políticas públicas

No período de 1º de outubro a 1 de dezembro de 2013 estarão abertas as inscrições de proponentes de Simpósios Temáticos (STS) ao VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO DA ABEH – Práticas, pedagogias e políticas públicas. 
O evento acontecerá na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), cidade de Rio Grande / Rio Grande do Sul, de 7 a 9 de maio de 2014.
Orientações para submissão de STS ao VII Congresso
1) Os STS são espaços para a apresentação e debate de pesquisas já concluídas ou em fase de realização sobre um mesmo tema.
2) A proposta de Simpósio Temático deverá ser organizada por até dois coordenadores, que não podem pertencer a mesma Universidade, Faculdade ou Instituto.
3) A proposta de ST deverá conter: a) os nomes dos proponentes, indicando a instituição a que pertencem, seu grau de titulação, seu correio eletrônico, endereço completo e telefones; b) o título do ST, com até 100 caracteres com espaço; c) um resumo da proposta, com até 3000 caracteres com espaço. Neste resumo pede-se que se explicite o tema do ST, a relevância do tema, alguns de seus possíveis desdobramentos.
4) Estimula-se fortemente que as proposições de STS guardem conexão com o tema geral do VII Congresso, DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO – Práticas, pedagogias e políticas públicas.
5) A seleção das propostas será feita pela comissão científica do congresso, e o resultado divulgado na webpage do evento (ainda em fase de construção) e enviado por email aos propositores até 18 de novembro de 2013. Na medida do possível, a coordenação do VII Congresso buscará auxiliar aos propositores de STS aprovados com diárias para os dias do evento.
6) Uma vez tendo sua proposta selecionada, caberá à coordenação de cada ST avaliar os textos enviados ao seu ST e definir as formas de trabalho, sempre com o objetivo de garantir ampla participação e tempo necessário para apresentação, discussão e aprofundamento das questões suscitadas. O número de participantes em Simpósios Temáticos poderá variar de 8 (uma seção de funcionamento) a 16 (duas seções de funcionamento). Salientamos que é de exclusiva responsabilidade dos coordenadores de Simpósio Temático a aprovação dos trabalhos avaliados.
7) As propostas de STS devem ser enviadas para o endereço eletrônico abeh2014@furg.br
Cronograma de realização do Congresso
De 01/10/13 a 01/12/13: Período de inscrições de propostas de simpósios temáticos STS
De 02/12/13 a 15/12/13: Avaliação das propostas de simpósios temáticos
17/12/13 Divulgação dos resultados com os simpósios temáticos aprovados
De 17/12/2013 a 09/03/2014: inscrição e submissão de pôsteres, comunicações orais e relatos de experiências docentes aos STS.
31/03/14: divulgação das listagens de trabalhos aprovados para apresentação nos STS
31/03/14: divulgação da listagem de pôsteres, comunicações orais e relatos de experiências docentes aprovados para apresentação no congresso.
A partir de 31/03/14: Envio das cartas de aceite para trabalhos e pôsteres
24/04/2014: Data limite para envio do texto completo dos trabalhos aprovados para apresentação nos STS, para publicação nos anais do congresso.
Informações: http://www.sinsc.furg.br/detalheseventos/68

III SIMPÓSIO NACIONAL GÊNERO E INTERDISCIPLINARIEDADES


Gênero, Sexualidades e Movimentos Sociais
23 à 25 de outubro de 2013
UFG - Campus Catalão - Goiania - GO
O Simpósio Nacional Gênero e Interdisciplinaridades (SINAGI) é um evento promovido pelo DIALOGUS - Estudos Interdisciplinares da UFG – Campus Catalão.
Em sua terceira edição no ano de 2013, ele enfocará a relação entre “Gênero, Sexualidades e Movimentos Sociais”. Desde seu início, os estudos de gênero (antes denominados, estudos da mulher) estiveram vinculados a um movimento social que buscava provocar mudanças na condição social das mulheres. Questionando os valores, costumes, as construções de gênero e sexo, os códigos culturais e lingüísticos, bem como seus próprios instrumentos analíticos e conceituais, os estudos de gênero sempre tiveram um caráter transformador e reflexivo sobre a hierarquização das diferenças e os marcadores sociais. Neste contexto, as interseções de classe social, etnia, raça e diversidade sexual ganharam maior visibilidade, possibilitando novas interfaces, bem como a abertura de novos espaços de atuação política. Atualmente, embora reflitam realidades sociais diversas e a pluralidade de interesses e agentes sociais, de modo geral,os movimentos sociais têm sido fortalecidos e multiplicados. E é lutando pelo reconhecimento de suas particularidades e diferenças, que estes tangem temáticas importantes que afetam a sociedade como um todo.
Nesta perspectiva, convidamos a tod@s a participarem conosco na construção desse espaço de troca de experiências, debates e de divulgação científica da produção dos saberes sobre gênero.

Seminários do Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR


Próximos Seminários
26 de Outubro
GÊNERO NAS FORÇAS ARMADAS - Andréa Mazurok Schactae (UEPG/NEG); Rosemeri Moreira (UNICENTRO); Milena Costa de Souza (Doutoranda em Sociologia/UFPR) Coordenação: Lennita Ruggi   (UFPR/NEG)

30 de Novembro
MASCULINIDADES E TEORIA QUEER - Jamil Sierra (NEG/UFPR); Miriam Adelman (NEG/UFPR); Fernando Bagiotto Botton (Doutorando em História/UFPR) Coordenação: Roseli Boschilia (NEG/UFPR)

Local dos seminários: Sala 612 do Departamento de História da UFPR. Rua General Carneiro, 460, sexto andar. Campus Reitoria

Horário: 9.30h

Colóquio Nacional de Estudos de Gênero e História


O colóquio, realizado entre 24 e 26 de junho foi um sucesso de público, serviu para a apresentação de novas propostas teórico-metodológicas e para a apresentação de temas diversos ligados ao gênero. Houve a participação de apresentadores(as) de trabalhos de quase todos os estados do Brasil.
Ao final do evento, decidiu-se que a próxima edição do colóquio acontecerá em 2015, na UNICENTRO, campus Irati, e que, em 2017, será realizado na UNICENTRO, campus CEDETEG.

UFSC realiza 4º Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans


A despatologização das identidades transcom todas suas implicações sociais e políticas, será o foco dos debates que ocorrerão no IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans, que será realizado nos dias 29 e 30 de outubro, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadores de expressões de gênero, ativistas dos movimentos de travestis, transgêneros, transexuais e formuladores de políticas públicas se reunirão durante dois dias para compartilhar vivências, reflexões e propostas em torno das problemáticas que atingem a população trans no Brasil. Programação e inscrições: http://www.trans-day-nigs-2013.com.
Organizado pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, esta quarta edição do seminário apresentará rodas de conversa sobre três assuntos fundamentais: o ativismo trans e as repercussões das lutas no Brasil, a educação superior como alternativa para o fortalecimento da cidadania trans e as violências sofridas como consequência da transfobia e outras causas de discriminação.
Cada um dos temas será abordado de diferentes perspectivas, procurando articular o global e o local, e as dimensões políticas e subjetivas. Por isso,  participarão da roda sobre violências, por exemplo, um policial civil envolvido com a problemática, um advogado defensor de pessoas trans, um ativista pela cidadania transmasculina e duas vítimas de transfobia. A diversidade de pontos de vista é uma marca registrada do Seminário, que visa ampliar a reflexão científica e o debate, abordando temas de grande importância política no campo dos estudos de gênero. O propósito, no âmbito local, é aprofundar a troca de saberes entre a universidade, os movimentos sociais e o Estado, assim contribuindo para o respeito à cidadania destes grupos sociais, com a implementação de políticas públicas inovadoras.
A presença da arte, como fruição e reflexão, também é uma característica do evento. Nesta edição haverá – pela primeira vez em Florianópolis – a apresentação do espetáculo teatral “Andróginos”, de Porto Alegre, que discute as normas binárias de gênero. Também, um manifesto visual pela despatologização das identidades trans, que será produzido por todos os participantes do Seminário, e a possibilidade de visitar a I Exposição Internacional de Arte e Gênero, no Museu de Arqueologia e Etnologia (MarquE) e na Biblioteca Universitária. A mostra foi apresentada no Seminário Internacional Fazendo Gênero 10, realizado em setembro passado, e mistura visualidades trans, dissidências estéticas, memórias femininas e críticas à violência de gênero nas mais variadas linguagens: fotografia, pintura, aquarela, bordado, gobelin (tapete), pôster, colagem dadaísta, desenho, escultura e gravura.
Inserido da luta internacional
Tal como as três edições precedentes, o IV Trans Day NIGS faz parte do circuito internacional de atividades que marcam a luta pela despatologização das identidades trans, por meio da campanha Stop Trans Pathologization. O objetivo é a retirada de tais identidades dos catálogos de doenças: especificamente, do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), da American Psychiatric Association – cuja nova versão foi publicada este ano – e da Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será revista em 2014.
Fazendo história
O primeiro Trans Day NIGSorganizado em outubro de 2010, foi o ponto de partida para uma sucessão de atividades realizadas na UFSC – que se tornaram referência nacional no debate em torno dos direitos de um segmento com pouca visibilidade no campo GLBTTT.
Em 2011, o segundo Trans Day NIGS incorporou as artes plásticas na reflexão  proposta pelo NIGS, através de um manifesto visual que teve exposição itinerante na UFSC e uma mostra de filmes sobre a temática trans. Naquele ano o seminário contou com a participação de importantes pesquisadores da área, como Tatiana Lionço, Berenice Bento, Fátima Lima, Guilherme de Almeida, Mônica Siqueira, Alexandre Câmara Vale e Rosa Blanca, e teve também a participação de ativistas como André Guerreiro e Gabriela Silva. Ainda nessa edição, houve o lançamento do livro “Viagem Solitária”, de João W. Nery.
Em 2012, no terceiro Trans Day NIGS, as rodas de conversa versaram sobre políticas públicas para a saúde trans, o nome social como estratégia de inclusão e as (in)visibilidades que sofre o coletivo – sempre com a presença de ativistas e pesquisadores. Também houve um manifesto visual, através da exposição fotográfica “Pelas ruas… sem etiquetas!”, e uma mostra de curtas-metragens sobre a temática, com chamada pública para submissão.
Serviço
O quê: IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans.
Quando: 29 e 30 de outubro de 2013.
Onde: auditório do CFH, UFSC, Florianópolis.
Programação e inscrições: http://www.trans-day-nigs-2013.com.

O quê: espetáculo teatral “Andróginos”
Quando: 29 de outubro de 2013,  às 20h.
Onde: Teatro da Udesc (avenida Madre Benvenuta, 2007, Itacorubi, Florianópolis)
Informações: Jimena Massa – (48) 9111-6794 / 
a partir de: notícias.ufsc.br